AIDS tem cura? O uso do preservativo é a única forma de prevenir a infecção? Pessoas vivendo com HIV podem ter relações sexuais de forma segura? O que significa PrEP e PEP?
Mesmo sendo um tema amplamente discutido, ainda existem muitas dúvidas. Mas buscar informação confiável é essencial para se proteger e combater o estigma que ainda envolve o vírus.
Mesmo sendo um tema amplamente discutido, ainda existem muitas dúvidas. Mas buscar informação confiável é essencial para se proteger e combater o estigma que ainda envolve o vírus.
Qual a diferença entre HIV e AIDS?

HIV é o vírus da imunodeficiência humana. Ao entrar em contato com o organismo, ele ataca as células do sistema imunológico e, sem tratamento, a infecção pode evoluir para a AIDS, a síndrome da imunodeficiência adquirida.
AIDS é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV. Isso traz um conjunto de sintomas e riscos que causam um enfraquecimento importante das defesas do corpo, abrindo espaço para doenças oportunistas se desenvolverem.
Em outras palavras, é perfeitamente possível que uma pessoa seja infectada pelo HIV e, com o tratamento adequado, nunca desenvolva AIDS.
Como acontece a transmissão do HIV?
A transmissão do HIV acontece pelo contato com fluidos corporais infectados, como:
- sangue
- sêmen
- secreção vaginal
- leite materno
Por isso, o sexo desprotegido é uma das principais formas de transmissão, mas não é a única.
Outras situações incluem:
- compartilhamento de seringas ou outros instrumentos perfurocortantes não esterilizados
- acidentes com agulhas
- Transfusão de sangue – hoje essa situação é extremamente rara devido aos testes rigorosos realizados em todas as doações.
Transmissão horizontal:
Relações vaginais, anais ou orais sem camisinha apresentam risco de transmissão. No entanto, uma pessoa vivendo com HIV pode ter uma relação segura, desde que esteja em tratamento e com carga viral indetectável, aliada ao uso correto do preservativo.
A transmissão vertical pode ocorrer durante a gestação, parto ou amamentação, principalmente quando não há um acompanhamento médico adequado. Mas o Brasil avançou muito nesse cenário: em 2025 o país submeteu um relatório para certificação internacionalmente pelo fim da transmissão vertical do HIV, com índices abaixo de 2% e apenas 0,5 casos por mil nascidos vivos.
PrEP e PEP: proteção que vai além do preservativo
O uso da camisinha em todas as relações sexuais continua sendo indispensável para prevenir a transmissão do HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Mas não é o único recurso disponível. Abaixo vamos explicar um pouco mais sobre a PrEP e a PEP.
PrEP – Profilaxia Pré-Exposição
É um método preventivo indicado para pessoas com maior chance de exposição ao HIV. Consiste no uso regular de medicamentos e acompanhamento de saúde periódico.
A PrEP é especialmente recomendada para quem:
- não usa preservativo com frequência;
- tem múltiplos parceiros;
- já precisou usar a PEP repetidas vezes;
- apresenta histórico de ISTs;
- realiza práticas sexuais em troca de dinheiro, objetos ou moradia;
- pratica chemsex (uso de drogas psicoativas durante relações sexuais).
PEP – Profilaxia Pós-Exposição
É indicada em situação emergencial, quando já houve uma possível exposição ao vírus, como relação sexual sem proteção ou acidente com material perfurocortante.
O tratamento deve começar em até 72 horas, mas quanto antes, melhor. A profilaxia é realizada por 28 dias e a pessoa necessita ser acompanhada pela equipe de saúde, inclusive após esse período, fazendo os exames necessários.
Tanto a PrEP, quanto a PEP e a camisinha estão disponíveis gratuitamente pelo SUS.
Quais são os sintomas do HIV e quando fazer o teste?
Uma das maiores dificuldades no diagnóstico do HIV é que seus sinais costumam ser inespecíficos ou podem nem aparecer. A infecção evolui em quatro fases:
- Fase aguda (3 a 6 semanas após exposição): sintomas semelhantes aos de uma gripe, com febre, cansaço e mal-estar.
- Fase assintomática: o vírus continua ativo, mas sem sintomas. Pode durar anos.
- Fase sintomática: reaparecem sinais como suor noturno, febre persistente, diarreia prolongada e perda de peso inexplicada.
- AIDS: estágio avançado, com forte enfraquecimento imunológico e risco de doenças oportunistas, como tuberculose, pneumonia e alguns tipos de câncer.
Por que fazer o teste regularmente?
Porque o HIV pode permanecer silencioso por muito tempo. Os testes são gratuitos no SUS e permitem diagnóstico precoce, fundamental para iniciar o tratamento e impedir a evolução para a AIDS.

Existe cura para a AIDS?
Ainda não existe cura definitiva. Mas o tratamento atual é altamente eficaz para controlar o vírus, permitindo uma vida longa, ativa e com qualidade.
Quando seguido corretamente, ele reduz a carga viral a níveis indetectáveis, o que impede a transmissão, inclusive em relações sexuais, e protege o sistema imunológico.
Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Informação confiável é uma das ferramentas mais poderosas para prevenção e para combater o preconceito.
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Fontes: Ministério da Saúde 1, 2 e 3, UNAIDS Brasil 1 e 2, Fiocruz, Universidade Federal Fluminense