Saúde em Pauta

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Prevenção e tratamento de doenças
Publicação 28 nov 2019
Atualização 28 nov 2025

HIV e AIDS: o que você precisa saber sobre o assunto

AIDS tem cura? O uso do preservativo é a única forma de prevenir a infecção? Pessoas vivendo com HIV podem ter relações sexuais de forma segura? O que significa PrEP e PEP?

Mesmo sendo um tema amplamente discutido, ainda existem muitas dúvidas. Mas buscar informação confiável é essencial para se proteger e combater o estigma que ainda envolve o vírus.

Mesmo sendo um tema amplamente discutido, ainda existem muitas dúvidas. Mas buscar informação confiável é essencial para se proteger e combater o estigma que ainda envolve o vírus.

Qual a diferença entre HIV e AIDS?

HIV é o vírus da imunodeficiência humana. Ao entrar em contato com o organismo, ele ataca as células do sistema imunológico e, sem tratamento, a infecção pode evoluir para a AIDS, a síndrome da imunodeficiência adquirida.

AIDS é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV. Isso traz um conjunto de sintomas e riscos que causam um enfraquecimento importante das defesas do corpo, abrindo espaço para doenças oportunistas se desenvolverem.

Em outras palavras, é perfeitamente possível que uma pessoa seja infectada pelo HIV e, com o tratamento adequado, nunca desenvolva AIDS.

Como acontece a transmissão do HIV?

A transmissão do HIV acontece pelo contato com fluidos corporais infectados, como:

  • sangue
  • sêmen
  • secreção vaginal
  • leite materno

Por isso, o sexo desprotegido é uma das principais formas de transmissão, mas não é a única.

Outras situações incluem:

  • compartilhamento de seringas ou outros instrumentos perfurocortantes não esterilizados
  • acidentes com agulhas
  • Transfusão de sangue – hoje essa situação é extremamente rara devido aos testes rigorosos realizados em todas as doações.

Transmissão horizontal:
Relações vaginais, anais ou orais sem camisinha apresentam risco de transmissão. No entanto, uma pessoa vivendo com HIV pode ter uma relação segura, desde que esteja em tratamento e com carga viral indetectável, aliada ao uso correto do preservativo.

A transmissão vertical pode ocorrer durante a gestação, parto ou amamentação, principalmente quando não há um acompanhamento médico adequado. Mas o Brasil avançou muito nesse cenário: em 2025 o país submeteu um relatório para certificação internacionalmente pelo fim da transmissão vertical do HIV, com índices abaixo de 2% e apenas 0,5 casos por mil nascidos vivos.

PrEP e PEP: proteção que vai além do preservativo

O uso da camisinha em todas as relações sexuais continua sendo indispensável para prevenir a transmissão do HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Mas não é o único recurso disponível. Abaixo vamos explicar um pouco mais sobre a PrEP e a PEP.

PrEP – Profilaxia Pré-Exposição

É um método preventivo indicado para pessoas com maior chance de exposição ao HIV. Consiste no uso regular de medicamentos e acompanhamento de saúde periódico.

A PrEP é especialmente recomendada para quem:

  • não usa preservativo com frequência;
  • tem múltiplos parceiros;
  • já precisou usar a PEP repetidas vezes;
  • apresenta histórico de ISTs;
  • realiza práticas sexuais em troca de dinheiro, objetos ou moradia;
  • pratica chemsex (uso de drogas psicoativas durante relações sexuais).

PEP – Profilaxia Pós-Exposição

É indicada em situação emergencial, quando já houve uma possível exposição ao vírus, como relação sexual sem proteção ou acidente com material perfurocortante.

O tratamento deve começar em até 72 horas, mas quanto antes, melhor. A profilaxia é realizada por 28 dias e a pessoa necessita ser acompanhada pela equipe de saúde, inclusive após esse período, fazendo os exames necessários.

Tanto a PrEP, quanto a PEP e a camisinha estão disponíveis gratuitamente pelo SUS.

Quais são os sintomas do HIV e quando fazer o teste?

Uma das maiores dificuldades no diagnóstico do HIV é que seus sinais costumam ser inespecíficos ou podem nem aparecer. A infecção evolui em quatro fases:

  1. Fase aguda (3 a 6 semanas após exposição): sintomas semelhantes aos de uma gripe, com febre, cansaço e mal-estar.
  2. Fase assintomática: o vírus continua ativo, mas sem sintomas. Pode durar anos.
  3. Fase sintomática: reaparecem sinais como suor noturno, febre persistente, diarreia prolongada e perda de peso inexplicada.
  4. AIDS: estágio avançado, com forte enfraquecimento imunológico e risco de doenças oportunistas, como tuberculose, pneumonia e alguns tipos de câncer.

Por que fazer o teste regularmente?
Porque o HIV pode permanecer silencioso por muito tempo. Os testes são gratuitos no SUS e permitem diagnóstico precoce, fundamental para iniciar o tratamento e impedir a evolução para a AIDS.

Existe cura para a AIDS?

Ainda não existe cura definitiva. Mas o tratamento atual é altamente eficaz para controlar o vírus, permitindo uma vida longa, ativa e com qualidade.

Quando seguido corretamente, ele reduz a carga viral a níveis indetectáveis, o que impede a transmissão, inclusive em relações sexuais, e protege o sistema imunológico.

Em caso de dúvidas, converse com seu médico. Informação confiável é uma das ferramentas mais poderosas para prevenção e para combater o preconceito.

Para continuar aprendendo sobre saúde, prevenção e bem-estar, explore mais conteúdos aqui no Portal Viver Bem.

Fontes: Ministério da Saúde 1, 2 e 3, UNAIDS Brasil 1 e 2, Fiocruz, Universidade Federal Fluminense

Agência SA365 | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil