foto de uma mãe com o recém-nascido no colo

Família em foco

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Gestantes e Bebês
Publicação 28 jul 2025
Atualização 29 jul 2025

Meu leite empedrou. E agora?

A amamentação é um dos momentos mais intensos e transformadores da maternidade. Vai muito além de alimentar: é troca, aconchego, construção de vínculo.
Mas isso não quer dizer que seja sempre fácil.

Especialmente nos primeiros dias, é comum surgir uma avalanche de emoções, dúvidas e inseguranças. E, entre os desafios mais relatados, está o tal do leite empedrado, que pode vir acompanhado de dor, medo e muitas perguntas.

Se você está passando por isso, respira fundo. Neste artigo, vamos te explicar o que acontece com seu corpo, como aliviar o desconforto e quando buscar ajuda. Com informação e acolhimento, tudo fica mais leve.

Qual a importância da amamentação?

Antes de falarmos sobre os desafios, vale lembrar por que esse momento é tão precioso — para o bebê, para a mãe e para a relação entre os dois.

Para o bebê:
O leite materno é completo. Protege contra infecções, fortalece a imunidade e reduz os riscos de doenças como asma, otites, diarreias e até diabetes tipo 2. Além disso, favorece o desenvolvimento da fala, da respiração e da mastigação.

Para a mãe:
Amamentar ajuda na recuperação pós-parto, reduz o risco de hipertensão, diabetes e certos tipos de câncer, como o de mama, útero e ovário.

Para os dois:
É um ritual de afeto. O olhar, o toque, o cheiro, o calor… tudo fortalece a conexão nesse começo de vida.

E quando o leite empedra?

Nos primeiros dias, é comum o corpo produzir mais leite do que o bebê consegue consumir. Isso pode deixar as mamas inchadas, doloridas e endurecidas, uma condição chamada ingurgitamento mamário.

Você pode notar:
  • Mamas muito cheias e sensíveis;
  • “Caroços” sob a pele;
  • Dificuldade para o bebê abocanhar o peito.
Para aliviar, algumas dicas:
  • Retire um pouco do leite antes da mamada (pode ser manualmente ou com a bomba);
  • Massageie a mama com movimentos circulares, sempre em direção à auréola;
  • Amamente sempre que puder, deixando o bebê esvaziar bem cada lado.

Se o incômodo persistir, procure o seu médico ou uma consultora em amamentação. É importante tratar logo para evitar complicações como a mastite.

Mastite: o que é e como tratar?

A mastite é uma inflamação nas mamas que pode ocorrer quando o leite fica acumulado por muito tempo ou quando há alguma fissura no mamilo, possibilitando a entrada de bactérias.

A mastite pode causar alguns sintomas:

  • Vermelhidão e calor nas mamas;
  • Dor intensa;
  • Mal-estar no corpo;
  • Febre.

Importante: Ao perceber esses sintomas, procure atendimento. O tratamento é simples, mas precisa ser iniciado o quanto antes para evitar infecções mais sérias.

E se meu mamilo estiver invertido?

Apesar de parecer, em um primeiro momento, muito preocupante, o mamilo “invertido” pode ser decorrente do excesso de leite na mama ou até mesmo uma característica natural do corpo da mulher.

É importante ter em mente que o mamilo invertido, ou plano, não impede a amamentação, mas pode exigir alguns cuidados:

  • Esvazie um pouco a mama antes da mamada para deixar a auréola mais macia e facilitar o processo de sucção;
  • Evitar o uso de bicos de silicone sem orientação profissional;
  • Invista em posições que favoreçam uma pega mais ampla.
Confira algumas posições de amamentação:

E quando o leite não desce?

O leite geralmente desce entre o 3º e o 5º dia após o parto. Mas esse tempo pode variar, especialmente após cesáreas, partos prematuros ou em mães com obesidade.

Como estimular a produção:

  • Amamente com frequência, mesmo que pareça que “não tem leite”;
  • Faça ordenha manual ou com bomba para estimular;
  • Mantenha contato pele a pele com o bebê.

Ah, e nunca subestime o poder do apoio emocional: carinho, incentivo e descanso fazem toda a diferença!

O que fazer quando os mamilos estão machucados e doloridos?

Nos primeiros dias, é natural sentir certo desconforto nas mamas, principalmente devido à alta sensibilidade da região durante as últimas semanas da gravidez e o início da amamentação.

Porém, caso a dor persista por mais de uma semana, pode ser sinal de que algo não está certo, como:

  • Posição inadequada do bebê enquanto mama;
  • Bebê com língua presa e dificuldade de sugar o leite;
  • Uso inadequado de bombas de leite;
  • Uso de cosméticos que possam ter causado algum tipo de alergia;
  • Infecções por fungos, como a candidíase.

O primeiro passo é se certificar de que o bebê está fazendo a pega corretamente.

Além disso, algumas dicas que podem ajudar:

  • Evite passar sabonetes e cremes na região;
  • Lave com água limpa e deixe secar naturalmente;
  • Varie as posições do bebê na hora da mamada;
  • Amamente primeiro com a mama menos dolorida.

Se as dores forem muito fortes e persistentes, procure ajuda profissional. Uma pequena orientação ou até mesmo um tratamento específico para o seu caso pode transformar sua experiência com a amamentação.

Respira, você está fazendo o melhor que pode

Amamentar é um ato de entrega. E, como toda entrega, exige paciência, escuta ao próprio corpo e apoio. Nem sempre o que parece um grande problema vai impedir você de seguir amamentando. Muitas vezes, são apenas obstáculos que, com orientação, podem ser superados.

Então, se o leite empedrou, o mamilo doeu ou o bebê parece não mamar direito… você não está sozinha. Busque apoio, se informe, respeite seu tempo e, acima de tudo, se acolha com gentileza.

Fontes: Ministério da Saúde 1, 2

Agência SA365 | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil