Se você é do time que acha que azia, refluxo e gastrite são a mesma coisa, chegou a hora de desfazer esse mito. Embora estejam relacionados, cada um desses termos tem sua própria origem, causa e formas de tratamento.
Entender as particularidades de cada condição pode fazer a diferença na hora de reconhecer os sinais precocemente para cuidar do corpo da melhor forma.
Vamos entender mais sobre tudo isso?

O que é a azia?
Já vamos começar com uma surpresa: azia não é uma doença, é um sintoma!
Sabe aquela sensação de queimação no peito que pode subir até a garganta, acompanhada de um gosto amargo na boca? Então, isso é a azia! Ela ocorre por causa do contato do ácido gástrico com o esôfago.
Geralmente, esse sintoma está relacionado ao refluxo, mas também pode aparecer de forma isolada, principalmente após refeições muito volumosas e gordurosas, comer muito rápido ou deitar-se logo após comer.
Para tentar aliviar esse desconforto, algumas dicas podem ajudar:
- Evite deitar-se até 2 horas após comer;
- Diminua o consumo de alimentos muito gordurosos e condimentados;
- Faça refeições menores;
- Opte por roupas mais confortáveis e que não apertem o abdômen.
Mas como a azia é um sintoma, caso seja frequente, pode ser sinal de algo mais sério, como o refluxo gastroesofágico, que exige acompanhamento médico para ser tratado da forma correta.
O que é refluxo?
Entre o estômago e o esôfago, há uma pequena válvula chamada esfíncter esofágico inferior. Quando essa “barreira” não funciona normalmente, conteúdo do estômago retorna para o esôfago – eis o famoso refluxo.
Esse episódio pode acontecer ocasionalmente, mas, quando isso se torna frequente e causa sintomas recorrentes, é sinal da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE).

Essa doença é caracterizada por:
- Azia frequente;
- Dor forte no peito;
- Regurgitação de alimentos ou líquidos ácidos;
- Sensação de nó na garganta;
- Má digestão;
- Vontade de arrotar em excesso;
- Tosse seca, rouquidão e pigarro constante.
Ao notar esses sintomas, é essencial consultar um médico. Isso porque o tratamento, em casos mais leves, pode demandar algumas mudanças no estilo de vida, como novos hábitos alimentares, controle de peso corporal, mas em casos mais graves, pode envolver o uso de medicamentos ou até mesmo, cirurgia.

O que é gastrite?
A gastrite é uma inflamação da mucosa que reveste o estômago. Ela pode ser:
- Aguda: aparece de repente, geralmente ligada a intoxicações ou consumo excessivo de álcool, em episódios que duram pouco tempo;
- Crônica: se desenvolve lentamente por estar associada à infecção pela bactéria Helicobacter pylori, uso frequente de anti-inflamatórios ou estresse prolongado, levando mais tempo para ser controlada.
Os sintomas mais comuns da gastrite são:
- Dores intensas no estômago;
- Sensação de estômago cheio logo após as refeições;
- Indigestão;
- Náuseas;
- Perda de apetite.
Ao perceber esses sinais, é importante procurar um especialista para que ele possa seguir com o tratamento adequado para cada caso.
Na dúvida, a melhor alternativa para manter a saúde digestiva em dia é adotar um estilo de vida saudável, hábitos alimentares equilibrados, evitar a automedicação e procurar um profissional da saúde ao notar sintomas frequentes.
Lembre-se: seu corpo fala — e entender os sinais que ele envia é um ato de autocuidado.
Fontes: Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (1, 2), Ministério da Saúde, Conselho Federal de Farmácia, Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Associação Médica do Rio Grande do Sul