Saúde em Pauta

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Prevenção e tratamento de doenças
Publicação 31 jan 2025
Atualização 31 jan 2025

Fibromialgia: entenda doença que causa dores fortes

“Tem dias que mal consigo sair da cama de tanta dor”. Essa é uma frase comum no consultório dos reumatologistas. Para muitas pessoas, as dores intensas e persistentes por todo o corpo são uma realidade diária. Assim é a fibromialgia.

A síndrome afeta cerca de 2% a 3% da população brasileira, principalmente mulheres entre 30 e 50 anos. Além da dor, pacientes frequentemente descrevem um cansaço esmagador e dificuldade para dormir, como se o corpo nunca descansasse de verdade.

Continue lendo para entender mais sobre essa condição!

O que é fibromialgia?

A fibromialgia é uma doença reumática que causa dores crônicas em várias partes do corpo, que podem durar meses, mesmo sem qualquer sinal de inflamação. Mas as dores não vêm sozinhas: fadiga intensa, dificuldades para dormir e outros sintomas costumam fazer parte do dia a dia de quem convive com a síndrome — e falaremos mais sobre eles em breve.

Muitos pacientes desabafam sobre a frustração de não serem levados a sério. “É tudo psicológico”, algumas pessoas dizem, enquanto outras insinuam que as dores são “imaginárias”. Nada disso é verdade.

A fibromialgia é uma doença real, relacionada a alterações no sistema nervoso central. É como se o corpo sentisse tudo de forma mais intensa e desregulada, fazendo com que até um gesto de carinho, como um abraço, possa ser extremamente doloroso.

Por dentro dos sintomas da fibromialgia

A alta sensibilidade à dor é o principal sinal da síndrome, mas não é o único. Vamos entender melhor cada um deles?

  • Dores no corpo: a dor crônica pode surgir em várias regiões, como coluna, cotovelos e joelhos. Ao todo, são 18 pontos que os reumatologistas costumam analisar ao fazer o diagnóstico. Qualquer pressão nesses pontos pode ser muito incômoda, mas a dor também pode aparecer fora das áreas comuns avaliadas pelos médicos. Por isso, é fundamental observar também os demais sintomas.
Dores da fibromialgia
  • Alterações do sono: para quem tem fibromialgia, é difícil descansar de verdade. Muitas pessoas têm o sono interrompido diversas vezes ou sofrem com problemas, como síndrome das pernas inquietas ou apneia, o que as faz acordar cansadas, mesmo após horas dormindo.
  • Fadiga e cansaço: o cansaço constante não vem só da falta de sono. A dor contínua consome energia, e o cérebro, enganado por esse “alarme falso” constante, intensifica a sensação de exaustão e pode até impactar a concentração e a memória.
  • Depressão e ansiedade: embora nem todos os pacientes apresentem esses sintomas, quando presentes, podem agravar a dor, o cansaço e os problemas de sono, criando um ciclo que exige cuidado com a saúde mental.

Você já deve ter reparado que esses sintomas são muito comuns, certo? Por isso mesmo eles podem tornar o diagnóstico mais complexo. Mas um bom reumatologista será capaz de analisar com cuidado o histórico do paciente e, se necessário, solicitar exames complementares para garantir um diagnóstico preciso.

Leia também: Como o exercício físico ajuda na saúde mental?

Causas da fibromialgia

As causas exatas ainda são desconhecidas. A condição pode estar relacionada a uma predisposição genética, mas fatores como estresse crônico, infecções, traumas e depressão também podem desencadear a fibromialgia. A síndrome pode aparecer, ainda, em pacientes que têm outras doenças reumáticas, como lúpus e artrite reumatoide.

Como aliviar as dores da fibromialgia
O tratamento é multidisciplinar e individualizado e depende da intensidade da doença. Normalmente, combina medicamentos com terapias que ajudam a melhorar a qualidade de vida.

Outro grande aliado no controle da doença é o exercício físico. Caminhadas, natação, yoga, pilates e dança estão entre as opções indicadas. O importante é encontrar uma atividade prazerosa para manter a regularidade.

A atividade física libera endorfinas, que atuam como analgésicos naturais, aliviando dores e melhorando o humor. Além disso, ajuda a “desviar” o foco do cérebro da dor para outros estímulos, como equilíbrio e tato. Começar devagar, respeitando os limites do corpo e as orientações médicas, é fundamental.

Leia também: Como começar a praticar exercício físico?

Conviver com a fibromialgia pode ser desafiador, mas a dor não define quem você é. Com paciência, determinação e o acompanhamento profissional correto, é possível transformar a sua qualidade de vida.

Fontes: Sociedade Brasileira de Reumatologia (1, 2) | Secretaria de Saúde (RS, DF)

Agência SA 365 | Edição e Revisão: Unimed do Brasil