Família em foco

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Gestantes e Bebês
Publicação 31 ago 2025
Atualização 28 ago 2025

“Baby blues” e depressão pós-parto não são a mesma coisa

A chegada de um bebê costuma ser um momento de grande emoção e felicidade. Mas também traz grandes mudanças – físicas, emocionais e na rotina da família.

Durante o puerpério essas transformações ficam ainda mais evidentes. Além da adaptação à nova vida, é o momento pelo qual o corpo feminino passa por uma verdadeira montanha russa hormonal.

E são justamente essas flutuações que podem levar a dois cenários diferentes: o chamado “baby blues” e a depressão pós-parto.

Apesar de parecerem semelhantes, essas condições não são a mesma coisa.

Vamos entender melhor?

O que é “baby blues”?

O “baby blues” é uma reação comum, leve e passageira, que costuma acontecer logo nos primeiros dias após o nascimento do bebê. É caracterizada por sintomas como:

  • Choro fácil e sem motivo aparente;
  • Irritabilidade;
  • Oscilações de humor;
  • Sensação constante de cansaço;
  • Alterações no sono.

Tudo isso acontece, em grande parte, por causa da variação hormonal após o nascimento e do início da produção de leite materno. A boa notícia é que os sintomas desaparecem sozinhos em até duas semanas, sem necessidade de tratamento médico. O corpo encontra o próprio equilíbrio.

E o que é a depressão pós-parto?

Já a depressão pós-parto é uma condição mais séria e duradoura, que pode surgir, mais frequentemente, entre a 4ª e 12ª semana após o nascimento do bebê. Ela impacta diretamente a saúde física, mental e a rotina da mulher.

Seus sinais de alerta incluem:

  • Falta de energia e motivação;
  • Perda de interesse em tarefas diárias;
  • Tristeza profunda e constante;
  • Dificuldade em estabelecer vínculo com o bebê;
  • Sentimento de culpa, angústia e ansiedade;
  • Alterações no apetite e no sono;
  • Dificuldade de concentração.

Mesmo com sintomas aparentemente semelhantes, diferente do “baby blues”, a depressão pós parto não tem prazo para acabar e pode afetar a rotina de cuidado com o bebê e como bem-estar da própria mãe.

Por isso, buscar um acompanhamento especializado, além de dar um diagnóstico adequado, pode direcionar o melhor tratamento – que pode incluir psicoterapia, apoio familiar e, em alguns casos, o uso de medicação.

Não ignore os sinais. Procure ajuda!

A maternidade é muitas vezes romantizada e faz com que algumas mulheres se sintam culpadas por não estarem bem o tempo todo. Mas a verdade é que reconhecer seus sentimentos é um passo essencial para cuidar da própria saúde mental.

Se os sintomas forem leves e passageiros, contar com uma rede de apoio ajuda a enfrentar o “baby blues” com mais leveza. Já diante de sinais persistentes ou intensos, procurar um profissional de saúde é indispensável para entender e tratar os sintomas da depressão pós-parto.

A importância de uma rede de apoio

Seja no baby blues ou na depressão pós-parto, o suporte de família e amigos faz toda a diferença:

  • ouvindo sem julgamentos;
  • dividindo tarefas da casa;
  • acompanhando em consultas;
  • incentivando a busca por tratamento.

O apoio emocional faz toda a diferença para que a mãe se sinta acolhida, fortalecida e preparada para viver a maternidade de forma mais saudável e equilibrada.

Lembre-se: cuidar de si também é cuidar do bebê. Reconhecer sentimentos, pedir ajuda e aceitar apoio é um gesto de amor – por você e pela sua família.

Fontes: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria

Agência SA365 | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil