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Gestantes e Bebês
Publicação 30 maio 2025
Atualização 30 maio 2025

Além do teste do pezinho: exames essenciais para recém-nascidos

Você já ouviu falar do Programa Nacional de Triagem Neonatal? Trata-se de uma iniciativa promovida pelo Ministério da Saúde, que reúne uma série de procedimentos essenciais para recém-nascidos, entre eles, o famoso “teste do pezinho”.

Os primeiros dias de vida do bebê são decisivos para identificar e tratar precocemente uma série de condições de saúde. A triagem neonatal deve ser feita entre 48 horas após o parto até o 5º dia de vida do recém-nascido, período ideal para detectar doenças que, muitas vezes, ainda não apresentam sintomas. Por isso, é tão importante que os exames sejam realizados dentro desse prazo: eles ajudam a garantir mais saúde, qualidade de vida e bem-estar ao bebê desde o início da vida.

Venha entender a importância da triagem neonatal e descobrir quais outros testes fazem parte dessa iniciativa.

Vamos lá?

Qual a importância da triagem neonatal?

Além de permitir o diagnóstico precoce, a triagem neonatal tem como principal objetivo identificar possíveis casos positivos para doenças que exigem atenção imediata. Quando algum resultado alterado é detectado no primeiro exame, o bebê é encaminhado para exames confirmatórios e passa a ser acompanhado por uma equipe especializada nos Serviços de Referência em Triagem Neonatal (SRTN), em conjunto com a Atenção Primária à Saúde.

Esse processo garante que, se confirmada a condição, o tratamento adequado seja iniciado o quanto antes, promovendo mais qualidade de vida e desenvolvimento saudável para a criança.

Os exames feitos logo no início da vida ajudam a detectar condições antes mesmo que surjam os primeiros sintomas. Com isso, o devido tratamento e promover um desenvolvimento com mais saúde e qualidade de vida para a criança.

O que é o teste do pezinho?

O teste do pezinho é um exame feito a partir da coleta de sangue do recém-nascido na região do calcanhar – área com alta concentração de vasos sanguíneos –, com o objetivo de detectar doenças congênitas.

O tipo básico, oferecido pelo SUS, rastreia até sete doenças:

  • Fenilcetonúria;
  • Hipotireoidismo congênito;
  • Doença falciforme e outras hemoglobinopatias;
  • Fibrose cística;
  • Hiperplasia adrenal congênita;
  • Deficiência de biotinidase;
  • Toxoplasmose congênita.

A partir da Lei nº 14.154/2021, publicada em maio de 2021, ficou estabelecido que o número de doenças detectadas pelo exame será ampliado, mas de forma escalonada e seguindo as seguintes etapas:

Etapa 1
As sete doenças citadas acima

Etapa 2
– Galactosemias;
– Aminoacidopatias;
– Distúrbios do ciclo da ureia;
– Distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos (deficiência para transformar certos tipos de gorduras em energia).

Etapa 3
Doenças lisossômicas (relacionadas ao funcionamento celular).

Etapa 4
Imunodeficiências primárias (relacionadas ao sistema imunológico).

Etapa 5
Atrofia muscular espinhal (degeneração e perda de neurônios da medula espinhal e do tronco cerebral, levando à fraqueza muscular progressiva e atrofia).

Vale lembrar que é essencial estar sempre em contato com o pediatra para entender melhor a disponibilidade dos testes em sua região – pela rede pública e privada. Aproveite também para ficar por dentro de orientações importantes antes do exame.

Quais outros testes fazem parte da triagem neonatal?

O objetivo da triagem neonatal é ajudar a localizar alguma condição que possa afetar a saúde do bebê, o que pode incluir doenças não detectadas pelo teste do pezinho.

Por esse motivo, profissionais responsáveis pelo período pré-natal estão habilitados para indicar todos os testes importantes. Confira:

Teste do reflexo vermelho ou Teste do olhinho

É rápido, indolor e ajuda no rastreamento de doenças e problemas de visão que podem ser congênitos, como a catarata e o glaucoma.

O exame, feito em uma sala escura, consiste no ato de apontar um feixe de luz para o olho do bebê. Em um cenário ideal, essa luz provoca um reflexo vermelho, indicando que não há obstáculos para o desenvolvimento da visão. Caso contrário, pode indicar problemas congênitos como catarata ou glaucoma.


Triagem neonatal auditiva ou Teste da orelhinha

Feita nas primeiras 48 horas de vida do bebê, por meio da emissão de ondas otoacústicas no ouvido durante o sono.

É indolor e identifica problemas auditivos importante no desenvolvimento da fala e da aprendizagem.


Triagem neonatal para cardiopatia congênita crítica ou Teste do coraçãozinho

Exame capaz de rastrear cardiopatias – doenças relacionadas ao coração, é feito por meio de um oxímetro no pulso e no pé do bebê que mede a oxigenação de seu sangue e seus batimentos cardíacos.

Caso alguma anomalia seja detectada, o recém-nascido deve realizar um ecocardiograma para investigar de forma mais profunda e, se necessário, dar início ao tratamento ideal.


Teste da linguinha

Avalia a região da língua com o objetivo de detectar uma anomalia congênita chamada anquiloglossia, que pode afetar os movimentos da língua do bebê e até mesmo afetar o processo de amamentação.

 

Dica importante:

Antes da realização de alguns testes, o bebê deve estar alimentado com leite materno ou fórmula. Converse com o pediatra para saber todos os cuidados necessários!

 

Lembre-se: os exames iniciais são fundamentais, mas manter o acompanhamento pediátrico durante o primeiro ano de vida também é indispensável para garantir um desenvolvimento saudável.

Fontes: Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade de Pediatria de São Paulo, Ministério da Saúde

Agência SA365 | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil