A carne é um dos alimentos mais tradicionais da alimentação no Brasil e no mundo, além de ser uma fonte importante de proteínas, ferro, zinco, vitaminas do complexo B e outros nutrientes essenciais.
Apesar de ser tão presente no dia a dia de muitas famílias, esse alimento ainda gera algumas dúvidas, como: “será que o líquido que sai da carne é sangue?” ou “a carne crua está marrom, posso comer?”
Questões como essas podem gerar confusão e até insegurança ao preparar a carne em casa. Então, continue a leitura e confira alguns fatos curiosos sobre esse alimento!
1. O líquido que sai da carne não é sangue
Se você já viu aquele líquido avermelhado na embalagem, no churrasco ou em algum outro preparo de carne, pode ter pensado que se tratava de sangue.
Esse líquido é formado, principalmente, por água e mioglobina, uma proteína encontrada nas fibras musculares da carne e que não representa risco algum para a saúde.
Essa proteína tem como função armazenar oxigênio nos músculos, além de ajudar a dar a coloração vermelha para a carne fresca – junto com a hemoglobina.
2. Carne crua marrom não está necessariamente estragada

Quando a carne não está com aquele aspecto vermelho brilhante e fica mais escura ou marrom, é comum que haja certo receio em consumir ou não o alimento. Porém, alteração de cor, isoladamente, não representa qualquer restrição ao consumo.
Isso acontece quando a mioglobina da carne entra em contato com o oxigênio, e passa por um processo de oxidação. Veja mais sobre essa mudança de coloração:
- Vermelho púrpura – carne recém-cortada, com baixa exposição ao oxigênio. Neste momento, a mioglobina ainda não passou pelo processo de oxidação, mantendo sua coloração.
- Vermelho brilhante – com alguns minutos de exposição ao ar, ocorre a oxigenação e, consequentemente, a formação da oximioglobina, responsável pelo novo tom de vermelho.
- Marrom – com o tempo, o processo de oxidação pode levar à formação da metamioglobina, escurecendo a carne até o tom marrom.
Vale reforçar que essa mudança de coloração é um processo normal e, apesar de poder causar mudanças no sabor, aroma e textura, não significa que a carne esteja estragada.
Por isso, leve sempre em consideração os sinais de deterioração para avaliar o ingrediente antes de consumi-lo:
- Textura – não deve estar viscosa ou pegajosa;
- Cheiro – não deve estar forte ou desagradável;
- Validade – não deve estar fora do prazo indicado na embalagem.
3. Carne mal passada pode transmitir doenças
Você é do time do ponto bem passado ou mal passado? Se a resposta for “mal passado”, é importante ter cautela ao consumir carnes.
Isso porque as carnes que não atingem temperaturas adequadas de cozimento podem abrigar parasitas e bactérias como:
- Escherichia coli (E. coli);
- Salmonella;
- Listeria monocytogenes.
Esses microrganismos podem causar infecções graves, intoxicações alimentares e até doenças mais severas, principalmente em crianças, idosos e gestantes.
Temperaturas seguras:
- Bovinos: mínimo de 63°C (com descanso de 3 minutos após o cozimento);
- Aves: mínimo de 74°C;
- Suínos: mínimo de 71°C.
Assim, carnes mal passadas, especialmente de aves e suínos, devem ser evitadas para reduzir o risco de contaminação.
4. O tipo de carne consumido pode influenciar na saúde cardiovascular

A carne é um alimento muito nutritivo, mas o tipo de carne e o modo de preparo podem fazer a diferença, principalmente para a saúde cardiovascular.
- Carnes vermelhas (como boi e cordeiro) – têm, em geral, mais gordura saturada. O excesso desse tipo de gordura pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
- Carnes brancas (como frango e peixe) – costumam ter menor teor de gordura saturada.
Dica!
- Remover a pele do frango pode ajudar a reduzir até 45% da gordura total ingerida;
- Preferir carnes assadas, grelhadas ou cozidas em vez de fritas também é uma estratégia para proteger o coração.
Conhecer melhor as características da carne e entender a importância de certos processos e cuidados na hora do consumo é essencial para preparar refeições mais seguras e nutritivas.
Hora de aplicar o que aprendeu na rotina!
Fontes: FCA – UNESP, Revista Higiene Alimentar, UFES – Universidade Federal do Espírito Santo, SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Hospital Sírio Líbanês, Embrapa