A meningite é a infecção das meninges, membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por bactérias, vírus e até por fungos. Apesar dos avanços em relação à prevenção e aos tratamentos, ela ainda afeta milhares de pessoas e pode ser fatal.
Saber mais sobre a meningite é importante para combatê-la e reduzir seus danos. Vamos entender?
Como se pega meningite?
Sintomas de meningite
Tipos de meningite: bacteriana e meningocócica, viral, eosinofílica
Quais são as vacinas contra meningite?
Como se pega meningite?
Como falamos, a meningite geralmente ocorre pela infecção das meninges (cada uma das três membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal, com a função de protegê-los) por agentes infecciosos, como bactérias, vírus ou fungos. Mas, em casos menos comuns, também pode se dar por uma inflamação ocasionada por cânceres, lúpus e reações a alguns medicamentos.
As meningites virais ou bacterianas são contagiosas, ou seja, podem passar de uma pessoa para outra. A transmissão da meningite acontece por meio do contato com saliva e/ou secreções respiratórias de uma pessoa contaminada.
Felizmente, a meningite não é tão contagiosa quanto outras doenças, como a gripe, por exemplo. Usualmente, a transmissão depende de contatos mais prolongados como beijos na boca ou entre pessoas que moram na mesma casa e, portanto, passam muito tempo juntas.
A meningite viral também se transmite pela saliva e por secreções respiratórias, mas tem uma peculiaridade: é possível pegar por meio do contato com água e alimentos não tratados ou contaminados com as fezes de uma pessoa infectada.
Vale lembrar que nem toda pessoa que tem contato com os agentes infecciosos desenvolvem a doença, pois isso também vai depender de fatores como a capacidade de defesa do organismo.
Sintomas de meningite
A meningite pode apresentar os seguintes sintomas:
- Dor/rigidez na nuca
- Dor de cabeça
- Dor nas articulações
- Vômito
- Confusão mental
- Sensibilidade à luz
- Sonolência
- Febre
- Manchas avermelhadas na pele
- Convulsões
Esses sintomas podem aparecer em bebês ou adultos e podem variar de acordo com o caso e o tipo da doença. Se sentir alguns desses sintomas, procure um médico rapidamente!
Tipos de meningite: bacteriana, viral, eosinofílica
Os tipos de meningite variam de acordo com o agente infeccioso causador da doença. Descobrir a origem é importante para os médicos, pois vai orientar o tratamento adequado.
Qual é a diferença entre meningite viral e bacteriana?
Além da diferença óbvia – uma é causada por vírus e outra, por bactérias –, a meningite viral costuma ser menos grave e tende a não deixar sequelas, enquanto a meningite bacteriana pode ser mais grave.
Na viral, também é comum que os sintomas sejam parecidos com o de uma virose, o que não invalida a possibilidade de outros sinais. O tratamento de cada uma é diferente. Vamos entender com mais detalhes?
Meningite bacteriana e meningite meningocócica
Quando causada por bactérias, chamamos a doença de meningite bacteriana. As bactérias causadoras mais comuns são Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Neisseria mengitidis. A última é a origem da meningite meningocócica, a mais conhecida e com tendência a ser mais grave.
O diagnóstico é feito por exames físicos e laboratoriais, com amostras de sangue e do líquor (um líquido presente entre as membranas que citamos, meninges). E o tratamento será orientado pelo médico, comumente envolvendo antibióticos.
Meningite viral
Como diz o nome, ela é causada por vírus, usualmente do tipo enterovírus, mas também pode ter origens menos frequentes como o vírus do herpes simples, HIV, zika e outros.
O diagnóstico é feito por testes clínicos e, como falamos, a tendência é que os sintomas sejam mais leves. Não há um tratamento específico e, muitas vezes, a pessoa se cura com repouso e antitérmicos contra a febre.
Mas fique de olho: mesmo com sintomas leves é importante ir ao médico, já que eles podem piorar. É necessário descartar completamente a possibilidade de ser bacteriana. Aliás, é comum o uso de antibióticos até que o diagnóstico seja comprovado.
Meningite eosinofílica
Esta meningite é causada por um verme chamado Angiostrongylus cantonensis. Ela é menos comum que as outras, mas também deve ser considerada.
Sua transmissão é diferente das outras: ocorre pela ingestão direta de caranguejos, camarões, moluscos, tatu-bola e caracóis, como o escargot, infectados pelo parasita ou pelo muco (aquela “gosma” que faz com que eles deslizem) contaminado de lesmas e caracóis em verduras.
Essa ingestão acidental pode ser evitada cozinhando bem esses alimentos e higienizando tudo corretamente. E o diagnóstico dessa meningite também é feito pela análise de sangue e do líquor.
Já, em relação ao tratamento, não é possível matar o verme. Por isso, em casos de meningite eosinofílica o mais comum é observar o caso e esperar passar sozinho. Alguns medicamentos podem ser receitados contra os sintomas (dores, febre, vômitos etc.)
Quais são as vacinas contra meningite?
As vacinas são a forma mais segura e eficaz de prevenção da meningite, com exceção da eosinofílica, contra a qual não há imunização.
Primeiro, conheça as vacinas contra meningite do Programa Nacional de Imunização (PNI) e que, portanto, são oferecidas gratuitamente pelo SUS:
- BCG (previne a meningite tuberculosa): ao nascer
- Meningocócicas conjugadas C: duas doses, ministradas no terceiro e quinto mês de vida
- Pneumocócica conjugada 10-valente: no segundo e quarto meses de vida
- Meningocócia ACWY: entre 11 e 12 anos
- Pentavalente (inclui a cavina contra Haemophilus inflenzae b): são três doses dividadas entre segundo, quarto e sexto meses
Agora, veja as vacinas disponíveis apenas em centros de imunização privados:
- Meningocócicas B: duas doses, no terceiro e no quinto meses
- Pneumocócica conjugada 13-valente (análoga a pneumocócica conjugada 10 valente, mas protege de 13 sorotipos de pneumococos e não só 10): no segundo, quarto e sexto meses de vida, além de reforço entre décimo segundo e décimo quinto meses
Para bebês prematuros e condições especiais, as recomendações de vacinação podem mudar. Siga a orientação do seu pediatra e o calendário oficial de imunização.
Agora que você já sabe mais sobre a meningite, lembre-se de se vacinar e compartilhe a importância da vacinação com mamães e papais que você conhece.
Fontes: Prefeitura de São Paulo, Sociedade Brasileira de Pediatria, Governo de Santa Catarina Diretoria de Vigilância Epidemiológica, Drauzio Varella, Vacinas