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Relacionamento Familiar
Publicação 31 maio 2025
Atualização 30 maio 2025

Como manter o bem-estar do casal na criação dos filhos?

A chegada de um bebê transforma tudo. A rotina muda, as horas de sono diminuem, a casa parece estar sempre de pernas para o ar e com novas prioridades.

Em meio a essa correria, é comum que o relacionamento entre o casal acabe ficando em segundo plano. Mas é muito importante se lembrar sempre de algo fundamental: o cuidado com a saúde emocional dos pais é tão importante quanto os cuidados com o bebê.

Manter o bem-estar e o vínculo afetivo entre os parceiros é essencial para uma convivência mais leve e para o equilíbrio da nova família que se forma ou se complementa. Neste artigo, vamos falar um pouco sobre este cuidado e trazer dicas para fortalecer relação mesmo nos dias mais desafiadores da parentalidade.

A nova rotina e o impacto emocional

O acúmulo de tarefas nos primeiros meses de vida do bebê deixam as noites mal dormidas e fazem o cansaço bater forte. Mesmo em meio a todo esse caos, é fundamental que os pais busquem aqueles momentos de descanso e relaxamento, cuidando de si, para cuidar melhor um do outro.

Isso porque é fundamental que os parceiros mantenham suas próprias rotinas de autocuidado, na medida do possível. É importante que considerem sempre tempo para bons hábitos – como manter uma alimentação equilibrada – e pequenas pausas para cuidar da saúde mental. E é aí que entra a ocitocina, o famoso “hormônio do amor”.

Liberada em momentos de carinho, abraços e contato próximo, a ocitocina é o hormônio ligado ao bem-estar emocional, tendo um papel importante no alívio do estresse e da ansiedade. Ou seja, mesmo pequenas trocas de afeto podem trazer um impacto real na saúde emocional do casal.

Conexão a dois: dicas para o dia a dia do casal

Sim, a rotina com um bebê é puxada. Como dissemos, o segredo está em equilibrar as diversas funções tentando incluir momentos em que o casal possa tirar ao menos alguns minutinhos de cuidado e carinho entre si. Confira algumas dicas simples (e possíveis!) que podem ajudar a manter esse vínculo mesmo na correria:

Aproveitem o tempo de sono do bebê para passar esses minutinhos juntos, assistir a um filme ou conversar;

  • Preparem um jantar juntos, mesmo que seja um lanchinho rápido. Um momento especial também pode ser simples e caseiro, o que importa é a conexão;
  • Conversem sobre o que estão sentindo: dividir emoções e desafios fortalece a parceria;
  • Comemorem as primeiras conquistas do bebê (e de vocês como pais): a primeira palavra, os primeiros passos. Além de serem marcos importantes para o desenvolvimento do bebê, servem como reconhecimento do esforço do casal;
  • Dividam as tarefas de forma justa para evitar a sobrecarga e garantir que os dois tenham um tempinho livre para se cuidar;
  • Criem rituais afetivos, como beijos de bom dia, mensagens carinhosas ou elogios sinceros, ajudam a manter a conexão;
  • Cultivem sua rede de apoio: não há nada de errado em pedir ajuda. Conte com a ajuda de amigos e familiares para passar um tempo qualidade a dois.

Esses momentos não precisam ser longos nem elaborados, o mais importante é que sejam intencionais e verdadeiros. Mas também existem situações mais delicadas, que demandam atenção especial e até mesmo acompanhamento profissional.

Depressão pós-parto: um desafio de cuidado e acolhimento

Mesmo com muita dedicação na hora de cultivar o bem-estar do casal, é importante dar atenção a um quadro que atinge muitas mulheres e tem grande impacto na família: a depressão pós-parto.

Esse é um quadro que não tem uma única causa. Fatores como isolamento, falta de apoio da família, alimentação e sono inadequados, e as alterações hormonais resultantes das diversas mudanças durante a gestação e o parto, contribuem para o seu surgimento.

A depressão pós-parto pode fazer com que a mãe tenha dificuldade de criar vínculo com o bebê, além de afetar a saúde mental com sintomas como:

  • Tristeza persistente e sem motivo aparente;
  • Irritabilidade, desespero;
  • Sentimento de culpa
  • Cansaço extremo, desânimo;
  • Ansiedade.

Com qualquer um desses sinais, é fundamental que a mãe tenha o acompanhamento médico em todo o processo de gestação e pós-parto e que possa contar com o acolhimento da família para ajudar a lidar com a situação da melhor forma possível.

Manter o bem-estar do casal na criação dos filhos não é um luxo — é uma necessidade. O equilíbrio emocional dos pais reflete diretamente no ambiente da casa, no desenvolvimento do bebê e torna o ambiente familiar mais leve e fortalecido.

Agora, se você é pai ou mãe e acha que o casal está precisando de um momento juntos, que tal tentar separar um tempinho para ficarem só os dois? E lembrem-se: quando o casal está bem, a família inteira ganha.

Fontes: Jornal USP (1, 2), Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional

Agência SA365 | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil