Embora o sexo ainda seja um tabu para muitas pessoas, na terceira idade o tema costuma enfrentar ainda mais preconceito. A ideia de que o envelhecimento elimina o desejo sexual ou a intimidade, acaba dificultando o diálogo aberto entre os parceiros e até mesmo com profissionais de saúde.
No entanto, essa é uma discussão essencial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade faz parte da saúde integral e está relacionada ao bem-estar físico, emocional e social em todas as idades. Manter uma vida sexual ativa e satisfatória pode contribuir para a autoestima, o fortalecimento dos vínculos afetivos e a qualidade de vida.
Neste artigo, você vai entender como as mudanças naturais do envelhecimento podem influenciar a intimidade e conferir orientações para viver a sexualidade na terceira idade com mais prazer, segurança e saúde.
Como as mudanças da terceira idade afetam a sexualidade?
Durante o processo de envelhecimento, o corpo passa por diversas transformações físicas e hormonais que podem impactar a resposta sexual. Essas mudanças são naturais e variam de pessoa para pessoa.
Mudanças na sexualidade feminina
Nas mulheres, as alterações hormonais relacionadas à menopausa podem provocar mudanças na região pélvica, como:
- Ressecamento vaginal, que pode causar desconforto durante a relação;
- Atrofia da mucosa do tecido vaginal e vulva, deixando os tecidos mais sensíveis;
- Redução do tamanho do útero.
Além disso, pode haver uma diminuição da sensibilidade genital, fazendo com que a mulher demore mais para alcançar o orgasmo e tenha uma experiência menos intensa do que na juventude. Ainda assim, isso não significa o fim do prazer sexual, mas sim a necessidade de algumas adaptações que os casais definem entre si ou buscam com auxílio profissional.
Mudanças na saúde masculina
Nos homens, o envelhecimento a mudança costuma estar associada à redução gradual da produção de testosterona. Isso pode resultar em:
- Maior dificuldade para atingir ou manter a ereção;
- Ereções menos intensas ou menos duradouras;
- Maior intervalo de tempo entre uma relação e outra.
Essas alterações não significam ausência de desejo sexual e podem ser manejadas com acompanhamento médico e mudanças no estilo de vida.
Dicas para uma vida sexual saudável na terceira idade
O envelhecimento é um processo natural, mas o estilo de vida ao longo dos anos influencia diretamente a saúde sexual. Alguns cuidados gerais fazem diferença para o corpo e para a intimidade:
- Manter uma alimentação equilibrada;
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Ter boas noites de sono;
- Reduzir o estresse;
- Evitar o consumo excessivo de álcool;
- Não fumar.
Além disso, algumas orientações específicas ajudam a manter uma vida sexual ativa e satisfatória:
Converse com seu parceiro: diálogo aberto fortalece a relação e ajuda a encontrar soluções conjuntas.
Fale sobre sexualidade nas consultas médicas: nem sempre o envelhecimento é a razão de todas as dificuldades sexuais. Um profissional de saúde pode investigar causas e orientar tratamentos.
Encontre novas formas de explorar a sexualidade – a penetração não é a única manifestação do ato sexual. Explore toques pelo corpo, massagens, carinhos e beijos para buscar prazer e satisfação;
Experimente lubrificantes vaginais – essa é uma boa maneira de evitar o desconforto provocado pelo ressecamento natural;
Não dispense o uso de camisinha – mesmo sem o risco de gravidez, esse contraceptivo é a principal forma de prevenção contra diversas infecções sexualmente transmissíveis em homens e mulheres;
Cuide da autoestima – cuidar do bem-estar físico e emocional influencia diretamente o desejo e a satisfação sexual.

A sexualidade na terceira idade pode ser vivida com respeito, informação e cuidado. Com diálogo, acompanhamento profissional e atenção ao próprio bem-estar, é possível manter o prazer, a intimidade e a qualidade de vida ao longo dos anos.
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Fontes: Jornal da USP, Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, Mayo Clinic, OMS