Mude1Hábito

/
Equilíbrio Emocional
Publicação 28 jun 2025
Atualização 27 jun 2025

Qual a diferença entre “burnout” e “boreout”?

Provavelmente você já ouviu falar sobre a síndrome de burnout. Nos últimos anos, esse nome ganhou espaço e tem preocupado cada vez mais profissionais no Brasil e no mundo pelo grande número de pessoas sendo diagnosticadas.

Só em 2023, cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros relatam sintomas da síndrome, o que nos coloca como o segundo país com mais casos diagnosticados no mundo.

Mas existe um outro lado dessa moeda emocional que pouca gente conhece: a síndrome de boreout. Menos presente nas discussões sobre a saúde da mente no ambiente profissional, mas igualmente prejudicial, ela afeta quem vive o tédio extremo e a falta de propósito no trabalho.

De nomes e sintomas parecidos, mas com significados completamente opostos, tanto o burnout quanto o boreout podem comprometer profundamente a saúde mental e o bem-estar no ambiente de trabalho.

Neste artigo, você vai entender como diferenciar os dois quadros e quais são os sinais de alerta para buscar ajuda.

O que é a síndrome de burnout?

A síndrome de burnout é um distúrbio emocional reconhecido pela Organização Mundial da Saúde causado pelo estresse crônico no trabalho.

Geralmente, afeta profissionais que convivem com uma carga de tarefas muito intensa, trabalho sob grande pressão e prazos apertados.

O burnout também pode atingir aqueles que lidam com desafios muito complexos, não se identificam com as tarefas que precisam realizar, não compartilham os mesmos valores da empresa ou lidam com injustiças e relações tóxicas no ambiente profissional.

A síndrome de burnout tem tudo a ver com estresse contínuo, o que pode gerar um esgotamento físico e emocional profundo e, muitas vezes, silencioso.

O que é a síndrome de boreout?

Já a síndrome de boreout é o oposto: perigo está na ausência de tarefas significativas, de desafios, falta de propósito no que se faz e da sensação constante de inutilidade.

É comum em profissionais que trabalham em um ambiente tedioso e passam o expediente sem função definida, não veem valor no que fazem e lidam com a falta de tarefas no dia a dia.

Para compensar, passam o tempo fingindo estar ocupados olhando as redes sociais, conversando com colegas, fazendo pausas constantes.

A síndrome de boreout tem tudo a ver com tédio crônico, um mecanismo mental de defesa diante de um ambiente que já não estimula nem motiva.

Quais são os sintomas do burnout e boreout?

Apesar de virem de causas opostas, os sintomas das duas síndromes são bem semelhantes. Entre os mais comuns:

 

  • Aspectos cognitivos: falta de concentração e lapsos de memória;
  • Aspectos emocionais: ansiedade, estresse, sensação de vazio e falta de entusiasmo;
  • Aspectos físicos: cansaço extremo, dor de cabeça, náuseas e insônia;
  • Aspectos comportamentais: faltas frequentes, desmotivação e vontade de pedir demissão.

 

 

Entretanto, quem convive com o boreout talvez perceba comportamentos bem característicos como fingir que está ocupado o tempo todo, inventar uma complexidade exagerada para ocultar a falta de tarefas, evitar ter contato com os colegas, ter necessidade de mostrar que o trabalho está sendo feito e até alegar a característica principal do burnout, a sobrecarga.

E aí vale ter consciência de que estes sinais não devem ser ignorados e nem julgados com dureza, mas mecanismos criados pela mente para aliviar o tédio que acontece no trabalho e merecem atenção e cuidado.

Como cuidar da sua saúde mental no trabalho?

Nem sempre dá para mudar o ambiente em que estamos, mas podemos (e devemos!) adotar atitudes que protejam nossa saúde mental. A prevenção às síndromes de burnout e boreout é essencial. Conheça algumas práticas:

 

  • Estabeleça objetivos e propósitos motivadores na vida pessoal;
  • Tenha momentos de lazer no dia a dia;
  • Pratique atividades que fujam da rotina;
  • Converse com alguém de confiança sobre o que estiver sentindo;
  • Evite o consumo de álcool como forma de aliviar a mente;
  • Faça exercício físico regularmente.

 

Caso isso não seja o suficiente e você perceber que os sintomas persistem ou se intensificaram, procure ajuda especializada.

Ignorar os sinais não resolverá o problema e pode aumentar a possibilidade de desenvolver diagnósticos emocionais mais graves. Quanto antes for identificado, mais eficaz é o tratamento.

Quer se aprofundar mais sobre este tema? Leia o artigo sobre o que está por trás da procrastinação e entenda como lidar de forma mais leve e produtiva com suas tarefas diárias.

Fontes: Business & Management Studies: An International Journal, BBC, Revista de Carreiras e Pessoas, Ministério da Saúde, Sociedade Beneficente Israelita Brasileira, Hospital Albert Einstein

Agência SA365 | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil